Explicamos os tipos de pesquisa de acordo com sua área, objeto de estudo, metodologia, nível de análise ou suas fontes.
Quais são os tipos de pesquisa?
Uma investigação é um procedimento metódico, objetivo e verificável aquisição de novos conhecimentos, ou aplicação desses conhecimentos na solução de problemas específicos.
É uma das atividades humanas fundamentais, que nossa espécie realiza à sua maneira desde os primórdios da civilização. Ele nos permitiu não apenas entender melhor como funciona o mundo ao nosso redor, mas também modificá-lo à vontade para tornar nossas vidas muito mais fáceis, confortáveis e duradouras.
A pesquisa é uma atividade muito diversificada, que pode ser compreendida e realizada a partir de múltiplas perspectivas, levando em consideração diferentes aspectos da mesma. Está presente em todas as áreas profissionais e do conhecimento, científicas ou não.
Os diferentes tipos de pesquisa podem envolver tanto os sentidos quanto as experiências humanas, como conhecimento teórico, lógica, linguagens formais e metodologia (principalmente no caso do método científico).
Portanto, existem tantos tipos de pesquisa quanto abordagens específicas para o processo de pesquisa, ou seja, que para classificar a pesquisa, devemos abordar diferentes aspectos dela como veremos a seguir.
Veja também: Investigar
De acordo com o objeto de estudo
Dependendo do objetivo da investigação, podemos distinguir entre:
- Investigação básica. Também conhecida como pesquisa pura ou fundamental, propõe-se aumentar o conhecimento teórico disponível em um assunto, sem se interessar demais pela utilidade desse conhecimento. Portanto, é de tipo formal e persegue a formulação de leis e teorias, quando não interpretações. Um exemplo disso são as pesquisas filosóficas, ou certas ciências teóricas que não têm aplicação direta em nossas vidas por enquanto, como a astrofísica.
- Pesquisa aplicada. Pelo contrário, este tipo de investigação centra-se na utilização do saber e do conhecimento para a resolução prática de problemas, ou seja, para aplicá-lo ao mundo quotidiano da humanidade. Por exemplo, pesquisas médicas com o objetivo de curar doenças ou pesquisas sociológicas que buscam entender e resolver um problema político.
De acordo com a metodologia
Essa classificação distingue a pesquisa de acordo com os mecanismos usados para obter e processar informações.
- Pesquisa teórica. Seria o equivalente a uma investigação “explicativa”, isto é, aquela que descobre a razão das coisas e que tenta encontrar razões, interpretações, argumentos e verificações para as coisas que estuda. É o caso, por exemplo, da investigação das origens da vida, por meio do DNA mitocondrial das células de diferentes espécies.
- Pesquisa descritiva. Também chamada de pesquisa estatística, é aquela que procura entender a realidade aplicando uma linguagem formal para coletar informações, ou seja, registrando o mundo por meio de ferramentas conceituais, sem necessariamente obter respostas sobre o porquê das coisas, mas estudando a proporção em que elas ocorrem . É o que acontece, por exemplo, com estudos de marketing, pesquisas eleitorais ou estudos de saúde pública.
- Pesquisa analítica. É uma investigação que parte de certas hipóteses e procura verificá-las ou refutá-las, através da aplicação de conhecimentos teóricos a casos padrão ou cenários experimentais controlados, de forma a estabelecer a relação entre um conjunto de variáveis e um conjunto de resultados. É um aprofundamento da pesquisa descritiva. É o caso de pesquisas experimentais com cobaias, como testes de vacinas ou testes farmacológicos.
- Investigação exploratória. Aquele que apenas pretende captar uma imagem muito geral do problema e servir de base para futuras e mais complexas explorações, ou então para a formulação de uma hipótese científica que abra novos campos experimentais. Por exemplo, a pesquisa de novos materiais ou a exploração de planetas distantes são desse tipo.
De acordo com o nível de análise das informações
Nesse caso, a classificação obedece ao tipo de tratamento que a pesquisa dá às informações tratadas, ou seja, o tipo de metodologia utilizada para obtenção dos resultados.
- Investigação quantitativa. São aqueles em que é necessário medir, estimar, comparar grandezas e coletar dados por meio de procedimentos técnicos e de uma linguagem formal, como a matemática. É o caso, por exemplo, de pesquisas na área de tecnologia, que buscam desenvolver novos dispositivos com base em seu desempenho e eficiência.
- Pesquisa qualitativa. São aqueles, por outro lado, em que não há grandezas a medir, nem hipóteses a testar, mas o objetivo é interpretar ou compreender melhor a realidade de um determinado elemento, encontrando hipóteses e conclusões ao longo do caminho. Este é o caso da maioria das pesquisas humanísticas, como explorações da relação entre dois artistas famosos de duas épocas diferentes, para ver se houve algum tipo de influência.
- Pesquisa qualitativa. Também conhecida como pesquisa mista, pretende ser um procedimento intermediário entre o qualitativo e o quantitativo, combinando as abordagens de ambos. É o caso dos estudos de mercado, que medem estatisticamente o público consumidor e depois interpretam seu sentimento em relação ao produto estudado.
Mais em: Pesquisa qualitativa e quantitativa
De acordo com suas fontes de informação
Agora vamos prestar atenção ao tipo de instrumentos ou recursos utilizados por uma investigação, para diferenciar entre:
- Pesquisa documental. Aquele que utiliza livros, documentos e outras fontes documentais (escritas, audiovisuais, sonoras, etc.) como fonte de conhecimento. É o caso de monografias sobre temas históricos, por exemplo.
- Pesquisa experimental. Aqueles que pretendem replicar em ambiente controlado algum tipo de fenômeno que ocorre na natureza, a fim de entender como ocorre e os fatores que nele intervêm, obtendo resultados previsíveis ou mensuráveis. É o caso dos estudos laboratoriais para o desenvolvimento de novos medicamentos para combater doenças incuráveis.
- Pesquisa de campo. Aqueles que “saem” para o mundo real e aí procedem à realização das suas pesquisas, envolvendo o observador directamente na realidade estudada. Eles usam pesquisas, enquetes e esses tipos de ferramentas. É o que acontece com estudos antropológicos, estatísticos ou explorações de intenções de voto.
Ele pode te ajudar: Fontes de informação
De acordo com sua área de estudo
Finalmente, podemos distinguir as investigações consoante a área a que se dedicam, obviamente numa perspetiva muito geral. Teremos assim:
- Investigações científicas. Aqueles que buscam ampliar o conjunto de conhecimentos científicos, seja do ponto de vista teórico, prático ou teórico-prático. Por exemplo, pesquisa química, física e biológica.
- Investigações industriais. Aqueles que aspiram dar novas aplicações ao conhecimento humano, ou resolver problemas específicos que a humanidade enfrenta, por meio do uso da tecnologia e da inventividade. Por exemplo, deste tipo são as investigações na área das telecomunicações, viagens espaciais ou novas formas de energia.
- Pesquisa humanística. Aqueles que investigam a sociedade e a cultura humana, para tentar aprender sobre quem são os seres humanos e, assim, interpretar de novas maneiras a maneira como pensamos, sentimos, agimos ou lembramos. É o caso da pesquisa artística, psicológica ou histórica.
- Investigações científico-sociais. Aqueles que tentam entender por que e como certas coisas acontecem em nossas sociedades, e que tentam pensá-las de um ponto de vista sistêmico, mais próximo daquele proposto pelas ciências puras. É o caso da pesquisa política, de mercado ou sociológica.
Continuar com: Métodos de Pesquisa
Referências
- “Pesquisa” na Wikipédia.
- “Tipos de pesquisa: descritiva, exploratória e explicativa” no Universia.
- “Formas e tipos de pesquisa” de Alfredo Ghiso em Aprende en Línea (Colômbia).
- “Tipos de Pesquisa Científica” na Rede Internacional de Ciências Naturais.
- “Tipos de Pesquisa” na Universidade de Connecticut (EEUU).