Analogia

Explicamos o que é a analogia, seu uso na argumentação, classificação e exemplos. Além disso, analogia em direito e biologia.

analogia oveja negra
A metáfora da ovelha negra propõe uma analogia entre um grupo humano e um rebanho.

O que é uma analogia?

A analogia é um tipo de raciocínio ou mecanismo expressivo da linguagem. Consiste na comparação ou relacionamento de vários referentes: objetos, motivos ou ideias, para indicar características gerais e particulares em comum, a fim de justificar a existência de uma propriedade em um deles.

Isto é, dito mais facilmente, que uma analogia é uma forma de comparar um referente com outro ou outros que lhe sejam semelhantes, mas não idênticos, de modo a poder atribuir algumas características determinadas pelo conjunto. O termo vem do grego antigo ele-“reiteração” e logotipos“palavra” ou “pensamento”.

O raciocínio da analogia pode ser representado por uma fórmula geral que seria “A está para B assim como C está para D”. A metáfora, o símile, a homologia e a comparação são figuras retóricas que podem ser consideradas como analogias.

analogia como procedimento É comumente usado em diferentes áreas do pensamentoda linguagem e da lógica formal, ao direito, filosofia e até áreas mais específicas, como a biologia, onde eventos específicos são designados pelo mesmo termo.

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tipos de analogia

As analogias podem ser classificadas de acordo com seu funcionamento lógico interno, como segue:

  • Analogia simétrica. Aqueles em que os referentes comparados podem ser trocados sem alterar as relações entre eles. Ou seja, em que A, B, C e D são intercambiáveis ​​porque a relação permanece idêntica.
  • Analogia assimétrica. Aqueles em que os referentes comparados não podem ser intercambiados, pois sua ordem de aparecimento designa uma relação específica. Ou seja, que A está para B, como C para D, e não B está para A, como C para D.
  • Analogia de causa e efeito. Também conhecidas como analogias de associação, elas assumem um vínculo específico, de causalidade, entre os referentes. Ou seja, A causa B, assim como C causa D.
  • Analogia por reciprocidade. Implica, na relação entre os referentes, uma necessidade estrita e recíproca entre eles, ou seja, para que um exista, o outro deve existir, reciprocamente. Isto é, A absolutamente requer B, assim como D absolutamente requer C.
  • Analogia de classificação. Aquelas que funcionam a partir da reunião, em um mesmo conjunto de coisas, dos referentes vinculados. Ou seja, A e B estão no mesmo conjunto, assim como B e C estão em um conjunto semelhante.
  • analogia comparativa. Aqueles que, ao comparar referentes, buscam destacar uma propriedade perceptível. Eles tendem a usar links e símiles (“como”, “como”, “da mesma forma que”, etc.). Isto é, A é de tal maneira, como é B.
  • Analogia matemática. Aquelas que existem apenas entre figuras, elementos numéricos e proporções matemáticas, dado que os referentes podem ter valores desiguais.
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Exemplos de analogias

analogia peso
A analogia nos permite comparar sentimentos de culpa com um fardo pesado.

Aqui estão alguns exemplos de analogias na linguagem:

  • As asas são para as pernas o que os pássaros são para as pessoas.
  • O motorista está para o carro como o piloto para o avião e o engenheiro para a locomotiva.
  • Um pintor pinta um quadro como um poeta compõe um poema.
  • O sol é o alimento das plantas.
  • A pedra é pesada como uma consciência culpada.
  • A noite estava escura como a morte.
  • Somos os guerreiros espartanos deste clube do livro.
  • Maria é a Margaret Thatcher do amor.

Argumento por analogia

Embora até agora tenhamos visto a analogia como uma figura retórica, ou seja, um uso particular da linguagem para alcançar níveis expressivos superiores, também é verdade que existe um tipo de raciocínio analógico, que consiste em passar do conhecido ao desconhecido através de uma comparação entre os referentes.

Isso dá origem a quatro (principais) formas argumentativas baseadas no princípio da analogia:

  • Interpolação. Baseia-se na avaliação de todas as situações possíveis de um cenário suposto ou imaginário e as repercussões de cada uma, para depois ser transferida para a situação analisada. Por exemplo, suponha que um homem tenha duas amantes em potencial e se recuse a escolher uma delas. Então um amigo o aconselha e diz “quem assa dois coelhos, um vai queimar”. A situação imaginária é então usada para pensar sobre a real.
  • Extrapolação. Esse procedimento é muito utilizado na resolução de problemas e no ensino, pois faz parte do método científico. Consiste em partir do pressuposto de que os elementos de um cenário continuarão a acontecer no futuro, permitindo assim assumir um novo conjunto de regras que nos permitiria, se verdadeiro, chegar a uma nova conclusão. Por exemplo, suponha que uma pessoa esteja indecisa quanto a quem votar entre dois candidatos. Um amigo a aconselha e pede que ela imagine o que aconteceria se o candidato A ganhasse e depois o que aconteceria se o candidato B ganhasse. Juntos, eles tiram novas conclusões de ambos os cenários que servem para determinar o voto.
  • Redução ao absurdo. Seu nome vem do latim Reductio ad absurdum e serve para demonstrar a validade de proposições categóricas. Consiste em assumir a negação hipotética da validade da premissa, para então obter uma conclusão ilógica ou falaciosa por meio de inferências lógicas. Por exemplo, suponha que uma criança pensa que a Terra é plana e seu professor a ajuda a provar que não é. Para fazer isso, ele pede que ele suponha que a Terra não é redonda e como, portanto, seria possível chegar à borda, ou seria possível observar o Sol de qualquer ponto do planeta. Percebendo o absurdo de tais consequências lógicas, a criança deve aceitar que é mais provável que a Terra seja redonda.
  • Modelización. Especialmente importante para o Método Científico, a modelagem consiste, como o próprio nome sugere, na elaboração de um modelo hipotético da realidade, cujos resultados podem ser análogos aos da realidade, ou seja, podem ser pensados ​​em termos análogos à realidade. . Isso, por exemplo, ocorre com modelos matemáticos de comportamento econômico, que tentam prever as oscilações do mercado mundial ou de determinadas moedas.
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analogia na lei

Em vários ramos do Direito, a analogia desempenha um papel importante na argumentação sobre a resolução de um dilema. Em outros, por outro lado, como o direito penal, as analogias são vedadas pelo Princípio da legalidade, que determina que “não há crime nem pena sem lei anterior”.

De qualquer forma, a analogia na lei assume que deve haver uma semelhança entre o caso previsto e o imprevistopara evitar uma diferença radical entre os dois, já que a lei deve ser aplicada sem brechas legais.

Isso significa que, dado um caso passado que foi resolvido de alguma forma, o mesmo veredicto pode ser aplicado a um novo caso diferente, desde que sejam suficientemente semelhantes.

analogia em biologia

No campo da biologia e em particular da evolução, é conhecida como uma analogia para a semelhança superficial entre duas ou mais estruturas orgânicas que, no entanto, apresentam origens diferentes. Ou seja, eles compartilham características essenciais, mas não vêm de uma origem comum imediata.

Um exemplo são as asas de uma borboleta, um morcego e um pássaro, pois nos três casos eles são usados ​​para voar, mas surgiram em momentos evolutivos radicalmente diferentes. Assim, todos esses organismos têm asas, mas não é por isso que estão evolutivamente relacionados, nem podem ser agrupados dessa forma.

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Referências

  • “Analogia” na Wikipédia.
  • “Raciocínio verbal – Analogias” (vídeo) nas Academias Aduni e Cesar Vallejo.
  • “Analogia” no Dicionário Soviético de Filosofia.
  • “Recursos explicativos: a analogia” em Administração Nacional de Educação Pública (Uruguai).
  • “A Analogia” em Philosophica, enciclopédia online.
  • “Analogia (razão)” na Enciclopédia Britânica.
  • “Analogia (evolução)” na Enciclopédia Britânica.
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