Mobilidade Urbana

Explicamos o que é mobilidade urbana ou transporte urbano e quais os problemas que ela enfrenta. Além disso, o que é mobilidade urbana sustentável.

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A mobilidade urbana é fundamental para entender o ecossistema da cidade.

O que é mobilidade urbana?

Mobilidade urbana ou transporte urbano É o conjunto de métodos e sistemas de transporte de passageiros e mercadorias que ocorrem dentro de uma cidade., e que permitem a comunicação diária entre os diferentes pontos da cidade. É um aspecto fundamental da vida e do ritmo social e econômico das cidades, dentro do qual operam diferentes tecnologias, planejamento urbano e atores econômicos.

Nas cidades do início do século XXI, a mobilidade urbana é diversa e massiva, e engloba métodos como:

  • Transporte público. Refere-se ao conjunto de veículos, automotores ou de outro tipo, que circulam diariamente pela cidade, transportando a população e permitindo que ela se desloque rapidamente de um ponto a outro. Exemplos disso são o metrô, o ônibus, os trens urbanos ou os bondes.
  • transporte de mercadorias. Refere-se aos diversos veículos particulares de transporte de materiais e produtos, que transportam seus conteúdos de um ponto a outro da cidade, seja para reposição de mercadorias, matérias-primas, peças de reposição para máquinas, entre outros bens. Exemplos disso são caminhões de mudança, adegas frigoríficas ou caminhões que trazem produtos de consumo para as lojas.
  • transporte pessoal. Refere-se aos diferentes métodos não massivos de transporte de pessoas na cidade, ou seja, aqueles que transportam um único passageiro ou alguns que viajam juntos. Exemplos disso são os veículos particulares (carros, motocicletas, bicicletas), táxis e pedestres.

Estudiosos da cidade, como planejadores urbanos, arquitetos e sociólogos, dão um lugar importante à mobilidade urbana em sua compreensão do ecossistema da cidade. Isso porque a mobilidade pode facilitar e melhorar muito a qualidade de vida das pessoas (ou, ao contrário, dificultar muito), o que também se traduz em maiores margens de segurança e produtividade.

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Problemas de mobilidade urbana

A mobilidade urbana enfrenta importantes desafios para o presente e para o futuro, tanto nas cidades desenvolvidas quanto nos países em desenvolvimento. Entre os principais problemas enfrentados pela mobilidade urbana estão:

  • Engarrafamento. Redes de transporte público e estradas para veículos motorizados nem sempre são suficientes para garantir um fluxo rápido e fácil de um ponto a outro. A coincidência de horários de trabalho produz nas grandes cidades a existência de “horas de ponta”, ou seja, períodos em que o serviço de transporte público fica lotado e as rodovias colapsam devido ao volume de veículos simultâneos. Isso faz com que as pessoas percam tempo no transporte, ao invés de ganhá-lo como era seu propósito original, e reduz imensamente a qualidade de vida dos cidadãos, principalmente daqueles que moram longe de seu local de trabalho.
  • dependência de combustíveis fósseis. A grande maioria dos sistemas de transporte urbano depende de diferentes combustíveis fósseis, como gasolina ou gás natural, cuja combustão produz gases de efeito estufa e outras substâncias tóxicas que afetam o ar nas cidades. A dependência excessiva deste tipo de sistemas de motorização no mundo empobrece a saúde dos habitantes da cidade e também contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
  • A expansão da expansão urbana. O crescimento das cidades, principalmente aquelas que carecem de planejamento urbano adequado, gera a necessidade de viagens mais longas, uma vez que o grosso da atividade econômica contemporânea está concentrado nas cidades. Assim, as cidades têm cada vez mais pessoas a viver longe do seu trabalho, o que obriga cada vez mais pessoas a deslocarem-se por percursos mais longos, o que exige mais tempo disponível.
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Mobilidade urbana sustentável

A mobilidade urbana sustentável faz parte dos projetos de remodelação do mundo moderno face às pressões climáticas e ambientais do século XXI, o que implica medidas específicas para alcançar um transporte urbano rápido, eficiente e saudável. Esta é uma das principais preocupações dos urbanistas e sociólogos contemporâneos, e implica a adoção de medidas como as seguintes:

  • Abandono do transporte motorizado, especialmente de meios que operam com combustíveis fósseis, e adoção em vez de sistemas elétricos. Caso contrário, substituição da gasolina pelo gás natural, menos poluente.
  • Promoção de transportes a pé, de bicicleta e outros meios fisicamente mais ativo para o indivíduo.
  • Promoção do transporte de massa e do carona solidária (“Carpooling”) para reduzir o número de carros na estrada ao mesmo tempo.
  • Expansão das redes ferroviáriasbondes e metrôs da cidade.
  • Integração de diferentes meios de transportepara gerar rotas mais rápidas e fáceis.
  • Mudanças no modelo de cobrança dos transportes públicos, adoptar tarifas fixas e passes mensais ou trimestrais que estimulem a sua utilização.

O objetivo destas medidas é avançar de forma decisiva para cidades sustentáveis, ou seja, amigas do ambiente e que promovam um estilo de vida mais saudável.

Pirâmide de mobilidade urbana

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A pirâmide de mobilidade é um modelo ideal para organizar o transporte urbano.

A pirâmide da mobilidade urbana é uma representação gráfica da proporção ideal de diferentes sistemas e métodos de transporte urbano que seria necessário para alcançar a mobilidade sustentável. Ou seja, é um modelo ideal para a organização do transporte urbano, composto por seis níveis ou degraus que compõem uma pirâmide invertida, com a ponta mais larga no topo e a ponta mais estreita na ponta.

Um meio de transporte está localizado em cada degrau, dependendo de quanto deve ser usado e quão massiva deve ser sua difusão. Os seis degraus da pirâmide ideal da mobilidade urbana são:

  • primeiro degrau. O primeiro degrau e o mais largo de todos, abrange os pedestres, ou seja, aqueles que se deslocam a pé pela cidade. Este grupo deve ser o maior de todos os que circulam pela cidade.
  • segundo degrau. O segundo degrau ainda é bastante largo e acomoda ciclistas (ou usuários de outros veículos automotores similares). O uso da bicicleta como transporte público é eficiente, saudável, não polui e incentiva um estilo de vida fisicamente ativo. Isso, no entanto, requer investimento em ciclovias e sistemas públicos de bicicletas.
  • terceiro degrau. O terceiro degrau já é um degrau intermediário e contém sistemas de transporte público de massa, como ônibus, bondes, metrôs e trens elétricos. Esses sistemas devem ser os mais amigáveis ​​possível com o meio ambiente e, logicamente, serão a prioridade para quem não pode usar as duas etapas anteriores.
  • quarto degrau. A quarta etapa é reservada aos veículos de transporte de mercadorias, geralmente caminhões de médio ou grande porte, cujo percurso pela cidade é pontual, embora imprescindível.
  • quinto degrau. A quinta etapa, já uma das mais estreitas, corresponde aos veículos particulares de uso compartilhado (carona o carro compartilhado), para cidadãos que compartilham um ambiente de trabalho ou que se deslocam para o mesmo local. A ideia é que o uso de veículos particulares seja o mais limitado possível, para que o espaço, tempo e recursos investidos no trajeto sirvam para levar mais de uma pessoa ao seu destino.
  • sexto degrau. O último degrau da pirâmide é ocupado por veículos particulares que transportam uma única pessoa, entendido como um desperdício de recursos que deve ocorrer apenas quando estritamente necessário. Isso inclui pessoas que moram longe do local de trabalho e viajam sozinhas, por exemplo.
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Exemplos de mobilidade urbana

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No México, o uso de veículos particulares continua aumentando.

Alguns exemplos de situações de mobilidade urbana em diferentes partes do mundo são:

  • Mobilidade urbana no México. Sendo um país eminentemente urbano (7 em cada 10 cidadãos vivem na cidade), o México enfrenta sérias dificuldades em termos de transporte urbano, especialmente na Cidade do México, onde a concentração de veículos motorizados é tal que a qualidade do ar Deteriorou-se significativamente ao longo das décadas . Mesmo assim, o uso de veículos particulares continua crescendo (5,3% ao ano, segundo estudos). Na capital, o investimento em sistemas de transporte público maciços e eficientes é mais urgente do que nunca, já que a velocidade média do trânsito foi reduzida para apenas cerca de 15 km por hora por veículo.
  • Mobilidade urbana no Brasil. O modelo de mobilidade urbana brasileiro enfrenta o início do século XXI com suas próprias contradições. Com histórico de investimento no modelo rodoviário e em grandes trechos viários, privilegia o veículo automotor particular, em alguns casos como fuga de um sistema de transporte público de má qualidade. Em grandes cidades brasileiras, como São Paulo, estima-se que um cidadão médio passe 45 dias por ano preso em engarrafamentos. É urgente repensar nacionalmente o sistema, que ainda hoje oferece inúmeras facilidades para compradores de veículos particulares e preços de combustível relativamente baratos, o que incentiva um modelo de transporte urbano altamente poluente e ineficiente.
  • Mobilidade urbana na Argentina. Como nos demais casos, a mobilidade urbana na Argentina difere muito quando se compara a grande capital, Buenos Aires, ou outras grandes cidades, como Córdoba ou Rosario. O sistema de transporte público majoritário no país é formado por ônibus (“coletivos”) e, em algumas localidades, por uma rede de trens de transporte de carga e passageiros. No caso da capital, o transporte subterrâneo soma-se ao sistema de ônibus e à rede ferroviária, numa rede cuja expansão ocorre muito mais lentamente do que a cidade necessita, e isso não tem permitido deslocar completamente o uso do particular do carro. Iniciativas como ciclovias e outros tipos de transporte pessoal de curta distância têm surgido tímidas em uma cidade que abriga vários milhões de habitantes durante o dia.
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Referências

  • “Mobilidade sustentável” na Wikipedia.
  • “O que é mobilidade urbana e seus desafios na América Latina?” (vídeo) na Corporação Andina de Fomento (CAF).
  • “Mobilidade Urbana” em Esmartcity.es.
  • “A pirâmide da mobilidade urbana” no Instituto de Diversificação e Poupança Energética (IDAE) da União Europeia.