Protecionismo

Explicamos o que é protecionismo econômico, quais são suas vantagens e desvantagens. Além disso, contamos sua origem e história.

protecionismo
O protecionismo encarece os produtos estrangeiros e/ou os substitui por produtos nacionais.

O que é protecionismo?

O protecionismo ou protecionismo econômico é um tipo de política econômica em que o Estado intervém no comércio exterior do país para proteger os produtores nacionais da concorrência estrangeira. Isso geralmente envolve medidas como barreiras ou cotas de importação, impostos sobre produtos estrangeiros ou subsídios à indústria local e outras formas que favorecem as exportações e minimizam as importações.

É uma forma de política intervencionista, uma vez que o Estado exerce sua influência ativamente no comércio exterior, ao invés de permitir o livre comércio e a regra da oferta e demanda. A lógica do protecionismo é encarecer os produtos estrangeiros e/ou substituí-los por nacionais, de forma que o consumidor sempre prefira estes últimos e assim promover uma economia autossuficiente.

Apesar do protecionismo ter desempenhado um papel importante no desenvolvimento econômico dos países de primeiro mundo, atualmente existem posições antagônicas quanto à sua conveniência. Os defensores do livre comércio consideram o protecionismo uma prática retrógrada e nociva que promove o crescimento artificial da economia, enquanto seus detratores consideram as medidas de proteção uma forma legal de evitar desequilíbrios comerciais que enriquecem alguns países mais do que outros.

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Origem e história do protecionismo econômico

As medidas de proteção econômica existem desde antes do desenvolvimento da economia moderna. No século XIV, por exemplo, O rei Eduardo III (1312-1377) proibiu a importação de tecidos de lã para a Grã-Bretanha, com o intuito de estimular a indústria têxtil local; um setor econômico altamente protegido ao longo dos séculos por sucessivos monarcas britânicos. Como resultado, a Inglaterra tornou-se o maior produtor de lã do mundo.

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No entanto, o protecionismo como a entendemos hoje, ela nasceu na Alemanha do século XIX e foi proposta pelo economista Friedrich List (1789-1846), que defendia a necessidade de a Confederação Alemã proteger suas indústrias nascentes da importação de produtos do Reino Unido, para que se desenvolvesse e alcançasse um nível justo de competitividade. Caso contrário, a oferta comercial britânica acabaria arruinando a indústria local.

Nos séculos posteriores, o protecionismo Era uma política usual em diferentes nações européias e americanas que buscavam a industrialização de sua economia. Muitas das grandes potências imperiais europeias aplicaram receitas protecionistas para competir umas com as outras em sua corrida pela industrialização e controle do comércio internacional, libertando-se quando se sentiram preparadas para isso. Em alguns casos, medidas protecionistas poderiam até ser combinadas com outras voltadas para o livre comércio.

Em períodos de crise e depressão generalizada, como a Grande Depressão de 1929 ou as duas Guerras Mundiais, muitas nações buscaram defender suas economias regulando produtos estrangeiros e promovendo seus próprios. No caso latino-americano, essa oportunidade conduziu à política de substituição de importações e ao desenvolvimentismo.

Vantagens e Desvantagens do Protecionismo

protecionismo vantagens e desvantagens
O protecionismo permite que a indústria nascente se atualize antes de competir com outras.

Em geral, as vantagens e desvantagens do protecionismo econômico podem ser resumidas da seguinte forma:

Vantagens do protecionismo Desvantagens do protecionismo
Ele protege a indústria nascente e lhe dá a chance de se atualizar antes de competir com indústrias estrangeiras mais poderosas. Pode desestimular a concorrência e, consequentemente, a qualidade dos produtos nacionais, pois as empresas sabem antecipadamente que são favorecidas.
Ele protege a economia local contra práticas comerciais “injustas”, como dumping e manipulação de moeda. Permite aumentos excessivos de preços, pois as indústrias nacionais possuem um oligopólio artificial.
Mantém uma balança comercial favorável, evitando assim um desequilíbrio comercial que, na opinião de alguns economistas, leva ao empobrecimento local. Pode empobrecer a oferta de bens e serviços no país, inviabilizando sua importação do exterior.
Beneficia os setores econômicos mais fracos do país, já que apenas os fortes conseguem competir livremente com o estrangeiro. Impede ou atrasa a integração econômica regional, prejudicando as relações internacionais. Pode ser a causa de conflitos e guerras.
Permite uma economia independente e autossustentável, que também traz independência política.
Ele fornece ferramentas para ajudar a economia local diante de desastres econômicos internacionais.
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Exemplos de medidas protecionistas

Alguns exemplos de medidas protecionistas usuais são:

  • impor tarifas e/ou cotas máximas para bens e serviços estrangeiros.
  • proibir importação de bens em setores-chave da economia local.
  • Impedir por lei que investidores estrangeiros assumam o controle de empresas nacionais.
  • definir patentes e licenças que limitam a transferência de conhecimento científico e tecnológico.
  • fornecer subsídios e subsídios a empresas nacionais.
  • Controle a taxa de câmbio da moeda local, para desvalorizar ou congelar o preço de câmbio conforme apropriado.
  • Implemente campanhas publicitárias promover o consumo interno.
  • Faça compras direto do Estado aos produtores nacionais.

O livre mercado versus protecionismo

O protecionismo é a doutrina contrária ao livre mercado, e nesse sentido está sujeito a contínuas críticas por parte dos defensores da oferta e da procura. Estes sustentam que a competição pelo favor dos consumidores é o único estímulo aceitável nas relações comerciais, pois só assim pode-se atingir um nível de equilíbrio no mercado.

Por esse motivo, defensores do livre comércio têm uma visão muito negativa da intervenção do Estado na economia. Eles a percebem como uma fonte de instabilidade, que introduz elementos artificiais e desnecessários na equação, e que no longo prazo acaba trazendo mais pobreza e reduzindo o comércio. No entanto, o debate entre proteção e livre comércio na economia já dura quase dois séculos e ainda está longe de terminar.

Protecionismo econômico hoje

Após a Segunda Guerra Mundial e a fundação de organizações de cooperação internacional, como a Organização Mundial do Comércio, uma campanha mundial foi lançada para combater o protecionismo e facilitar a globalização econômica.

Porém, as décadas entre 1960 e 1980 foram caracterizadas por proteções e crescimento econômico generalizado no Ocidente, até que no final do século a regra dominante passou a ser a do chamado neoliberalismo. Desde então, o livre comércio tornou-se a doutrina oficial do mundo globalizado.embora com notáveis ​​exceções.

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É importante notar, porém, que ainda persistem no primeiro mundo medidas e decisões que muitos consideram de cunho protecionista, como a Política Agrícola Comum da União Europeia ou a imposição de tarifas dos Estados Unidos sobre bens industriais fabricados na China e outros países. . De acordo com a organização Global Trade Alert, desde 2009, a desaceleração econômica alimentou um aumento geral do protecionismo em todo o mundo.

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Referências

  • “Protecionismo” na Wikipedia.
  • “O que é protecionismo?” (vídeo) na Deutsche Welle em espanhol.
  • “Protecionismo” no Portal Acadêmico CCH da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
  • “As bases do protecionismo na economia” na Universidade Autônoma do Estado de Hidalgo (México).
  • “Protecionismo (economia)” na Enciclopédia Britânica.