Plebiscito

Explicamos o que é um plebiscito, sua origem, para que serve e vários exemplos da história. Além disso, diferenças com um referendo.

Plebiscito chileno 1988
Os plebiscitos são usados ​​para consultar a população sobre questões de grande importância.

O que é um referendo?

um plebiscito É um evento político de consulta popularem que determinado assunto é submetido à decisão da maioria através de um ato de votação pública. É um mecanismo de participação política frequente em governos democráticos (e, ocasionalmente, em não democráticos), cujo objetivo é oferecer ao povo a oportunidade de expressar sua opinião sobre um assunto de importância coletiva.

A origem desta palavra remonta ao termo latino plebiscitoque poderia ser traduzido como “decreto aprovado pela máfia”. Para entender o que isso significa, devemos lembrar que em Roma no século VIII aC. C. os cidadãos livres foram divididos em duas categorias: os patrícios, que gozavam de plenos direitos de participação política, e os plebeus (plebeus) estrangeiros privados de direitos políticos.

Estes últimos foram assim chamados porque formavam “a massa” ou “a maioria” (plebe, em latim), e apenas por volta do século V aC. C. passou a ter maiores direitos políticos na condução do Estado Romano, através de suas próprias assembléias políticas (as conselho do povo ou conselhos plebeus), cujos decretos passaram a ter força de lei e ficaram conhecidos como plebiscitos (plebiscito), para distingui-los das leis patrícias (leges).

Mas a partir do século III a. C. a igualdade jurídica entre plebeus e patrícios foi alcançada em Roma, transformando assim o conceito de plebiscito. Este último foi resgatado pela democracia moderna com seu novo significado de “consulta”, praticamente sinônimo de referendo.

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Para que serve um referendo?

Na democracia moderna, os plebiscitos fazem parte dos mecanismos de consulta ao povo, em quem reside a soberania do Estado. Ou seja, são formas de consultar a opinião da maioria a respeito de um evento de caráter público que, pela sua importância, transcendência ou qualquer outra natureza, merece ser decidido pela maioria e não apenas pelos representantes políticos do poderes públicos.

No entanto, os plebiscitos nem sempre são finais ou vinculativosmas muitas vezes são meramente consultivos: os poderes públicos buscam a opinião do povo sobre um assunto para se orientar e saber para onde direcionar seus passos, sem que o voto popular represente uma decisão final tomada, mas sim uma diretriz emitida pela maioria.

Assim, o que pode ou não ser submetido a plebiscito, de que forma e em que termos, sempre dependerá do ordenamento jurídico local ou nacional, ou seja, do que for estabelecido pela lei e pela Constituição.

Exemplos de plebiscitos

Plebiscito uruguaio 1980
O plebiscito uruguaio de 1980 foi o primeiro passo para a democracia.

Alguns plebiscitos famosos na história foram os seguintes:

  • O plebiscito da independência chilena de 1817. Este foi o primeiro plebiscito da história latino-americana, que ocorreu em 15 de novembro daquele ano e submeteu à vontade popular a ratificação (ou não) da independência chilena, defendida pelo comandante Bernardo O’Higgins (1778-1842). . Os resultados foram favoráveis ​​à independência da Espanha e foi proclamada formalmente em dezembro.
  • Os plebiscitos de Schleswig de 1920. Este foi o nome dado a duas consultas populares que, seguindo as disposições do Tratado de Versalhes que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), consultaram o povo sobre o estabelecimento da fronteira entre a Alemanha e a Dinamarca. Seu nome veio do fato de que a consulta envolveu os habitantes do antigo Ducado de Schleswig.
  • O Plebiscito Constitucional do Uruguai de 1980. Em 30 de novembro daquele ano, submeteu à votação majoritária uma reforma constitucional que permitiria a perpetuação da ditadura cívico-militar no poder. No entanto, 57,20% dos eleitores preferiram o “não”, lançando assim as bases para a próxima transição para a democracia, com as eleições livres de 1984.
  • O Plebiscito Nacional Chileno de 5 de outubro de 1988. Ocorrido durante o terrível mandato do general Augusto Pinochet (1915-2006), que governou o país com mão de ferro desde 1974, foi o acontecimento que marcou o fim da ditadura, quando 54,71% dos chilenos votaram “não” à continuidade do governo militar por um novo período de oito anos.
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Diferenças entre plebiscito e referendo

Ambos os termos se referem a mecanismos de consulta democrática, ou seja, consultar as maiorias do povo para que se expressem em torno de um assunto delicado, entre o qual não há diferenciação clara e explícita. Na verdade, a tendência crescente é usá-los de forma intercambiável, como sinônimos.

No entanto, em algumas legislações e órgãos legais referendos são vistos como consultas mais formais, e, portanto, pode referir-se a questões constitucionais e legislativas de grande importância e hierarquia, estabelecendo assim decisões formais tomadas pela maioria. Por outro lado, os plebiscitos viriam a ser consultas informais, sobre questões territoriais ou comunitárias.

Esta diferença, repita-se, é relativa e dependerá sempre do enquadramento legal considerado.

Mais em: Referendo

Referências

  • “Referendo” na Wikipédia.
  • “Plebiscito” no Dicionário da língua da Real Academia Espanhola.
  • “Plebiscito” no Sistema de Informação Legislativa do Governo do México.
  • “Plebiscito” em Banrepcultural, Rede Cultural do Banco da República da Colômbia.
  • “Sim ou não?: 5 referendos, plebiscitos e consultas que fizeram história na América Latina” ​​na BBC News Mundo.